E eis que em um ano tão potente como este em que fomos convidados a entender como nosso aspecto individual dança com o coletivo, o que sou o eu e o que é o todo e como estas coisas todas se interrelacionam, a última Lua Cheia do ano em 30/12, já quase na virada do calendário gregoriano e seu ciclo minguante em janeiro trazem justamente esse convite: o que está obscuro dentro de mim na minha nutrição (Câncer) e como eu compartilho esses aprendizados com os outros (Libra).
Lua cheia é Sol e Lua frente a frente. Temos consciente (Sol) e inconsciente (Lua) se olhando… Lua em Câncer fala das nossas sombras dentro desse signo; ou seja, nossas inseguranças, o medo de exposição, as nossas desculpas na vida, o viver para o outro e esquecer de si…
Então, o Sol ilumina tudo isso nesse encontro frente a frente na casa 9 e nos pede para trazer a verdade desse signo em relação a olhar onde estão os desequilíbrios da nossa individualidade. As perguntas que regem são: qual é a linha tênue entre dar e receber? Como fazer parte das coisas sem me esquecer de mim?
São estas verdades e perguntas que vêm até nós… e vamos combinar que Natal e final de ano são ex-ce-len-tes momentos para isso, pois no encontro com a família, amigos e seres que fazem parte desse círculo íntimo daqueles que nos acolhem é onde temos as maiores oportunidades de olhar para isso tudo. E, principalmente, poder exercitar o perceber e assim comunicar com amor esses limites de forma contínua e diária. Sim, pois é: é dia a dia, pessoal!
Damos o que não temos e depois, cobramos…
Sabemos que nem sempre é fácil! Que na prática ultrapassamos limites, damos o que não temos e depois cobramos o que demos a mais! Mas é justamente esse balanço que este final de ano pede, pois é na compreensão dessa relação que começam os primeiros passos dessa tal nova era de Aquário (que vai durar 2 mil anos. Então, não pensem que será da noite para o dia, pois não será! Vamos passar uns 100, 200 anos ainda na transição…).
Dica: nada é óbvio quando lembramos que o outro tem uma história, trajetória e repertório diferentes dos nossos. Ao invés de ficar soltando faísca, o novo caminho vem com: “deixa eu te falar como foi isso para mim e como eu senti”. E em seguida perguntar: “e para você, como foi e é isso que eu estou te falando?”.
Nosso ritual de Lua Cheia em Câncer fecha o ano com algo que ensina muito sobre dar e receber de forma concreta: PLANTAR! O plantar e mexer na terra é concreto, literal, material. E nos ensina que se damos muita água, a planta morre. Se não damos, ela morre também. Se damos uma quantidade boa de água, luz e amor, ela dá de volta!
Ritual de Lua Cheia em Câncer (30/12)
- Escolha uma planta medicinal que você goste e que queira trocar com a medicina dela durante esse processo. Pode ser lavanda, arruda, manjericão, alecrim, hortelã, sálvia, etc… Pode ser algo que você já tenha, que queira comprar para plantar* ou que já venha em um vasinho.
- Você vai pegar essa plantinha, acender uma vela para ela e colocar ali seu pedido e intenção de que aquela mudinha te ensine na próxima lunação sobre os aspectos de dar e receber.
- Na prática, como isso vai acontecer: todo dia (ou a cada 2 dias), você vai olhar se ela precisa de água, luz, sol, sombra, calor, frescor e etc… Vai observar como está a terra: se está seca, úmida, quente e fria. E vai dar o que a planta precisa. Nestes dias de cuidado com ela, você vai pedir que ela te guie na compreensão dessa arte do dar e receber.
- Neste diálogo, você também vai poder tomar chá (se escolher uma planta que pode beber) ou tomar banho com de suas mudas. Essa será a hora de receber!
- Não há regra exata de que dias e momentos isso vai acontecer. Lembre-se que é sobre a descoberta de suas próprias necessidades – ou seja, você precisa saber quem é a planta que te chama, que dias você precisa do seu chá ou banho e como será essa relação.
- O importante aqui é o autocuidado no dia a dia! Colocar na rotina essa prática e se encantar com os prazeres de criar uma nova relação de cuidado mútuo, onde cada um ensina seus limites e necessidades ao outro com amor.
*Para quem for plantar:
Sugerimos comprar a semente, o vasinho, a terra e cuidar dela por mais tempo. Vai demorar um pouco mais para ter a medicina mas, por outro lado, você terá o prazer de ver um ser crescer! Sinta no coração até onde você quer ir nesse ritual… e se entregue.
Feliz ano novo! ▲